O tema de
redação da Fuvest, “Devem existir limites para a arte?”, relaciona-se com a polêmica
exposição Queermuseu, cancelada pelo Santander Cultural de Porto Alegre após críticas nas redes
sociais e agressões no próprio recinto. O episódio suscitou acalorados debates
sobre a velha questão da liberdade artística.
Deve-se
limitar essa liberdade em nome da moral e dos bons costumes? É lícito
cercear o direito à criação quando se sabe que os artistas espelham as contradições
e deformações da sociedade? Essas são questões sobre as quais o candidato
deveria se posicionar.
O tema da
Fuvest envolve, em última instância, a
questão da censura e da liberdade de expressão. Lembra a polêmica que se
instaurou quando o Enem se propôs a anular as redações que ferissem os direitos
humanos. A Justiça em boa hora impediu que isso fosse feito, pois é melhor
saber o que a juventude verdadeiramente pensa do que ter dela um falso retrato.
O direito de se expressar, por meio de obras de arte ou de dissertações num exame
nacional, deve ser preservado porque é uma das condições essenciais para a democracia.
Os primeiros
alunos a deixar os locais de provas consideraram o tema “fácil”, “interessante”
e “melhor do que no ano anterior”. Ao contrário do ano passado, em que a banca
centrou-se num tema filosófico que
citava Kant e remetia aos fundamentos do Iluminismo, neste ano ela partiu de um
debate recente, privilegiando fatos e não conceitos. Isto sem dúvida facilitou
o posicionamento dos candidatos e a construção dos argumentos.
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