A redação corresponde a 20% da nota do Enem. É a
questão mais importante da prova, pois mede a capacidade de ler, argumentar,
selecionar dados, propor soluções para intervir na realidade e, sobretudo,
expressar as ideias com ordem, unidade e clareza. Ou seja: envolve praticamente
as cinco competências solicitadas no
exame.
Em
tarefa de tal importância, não se pode vacilar. O objetivo das dicas abaixo é
ajudá-lo a produzir um texto que atenda às expectativas da banca. Leia, medite,
pratique -- e boa sorte.
1) Procure em seu texto seguir a norma culta.
Os desvios mais graves são os que afetam a coerência e a coesão
(erros no uso dos conectivos, na pontuação, no emprego dos pronomes, na
concordância verbal ou na flexão dos verbos). Exemplo: “Hoje com o acesso
facilitado às informações, criou uma tênue linha entre aluno e professor”.
2) Leia com bastante atenção os textos que apresentam
o tema (chamados “coletânea”, ou “textos de suporte”). Eles servem de
referência para que você mantenha o foco, não se perdendo em desvios ou
generalizações. Usando-os inteligentemente você pode, por exemplo, extrair
deles o tópico de um parágrafo ou o argumento para um ponto de vista que queira
defender. Caso cite literalmente passagens
desses textos, coloque-as entre aspas (jamais as copie).
3) Evite o discurso excessivamente coloquial e as
gírias (“Não se entende como, nessa
altura do campeonato, ainda há pais que se recusam a levar os filhos para a
escola”; “É preciso dar um flagra nos
corruptos”). Exames como o Enem
solicitam um texto dissertativo-argumentativo; nesse tipo de texto, o
rigor dos fatos e a lógica das ideias transparecem melhor numa linguagem tanto
quanto possível neutra e objetiva.
4) Evite fazer pregações religiosas e assumir posições
dogmáticas (que não se prestam à discussão). Crenças religiosas pertencem ao
foro íntimo de cada um e não devem substituir os argumentos, que se apoiam em fatos
e razões.
5) Evite defender posições que agridam os direitos
humanos ou reflitam preconceito contra grupos, raças ou povos (negros, índios,
judeus, homossexuais etc.). Você não é obrigado a ser politicamente correto,
aceitando indiscriminadamente o que está em voga -- mas deve ser eticamente
correto.
6) Preocupe-se mais com a correção e a clareza
do que com o “estilo”. Você não vai escrever um texto literário, mas um que
apresenta, discute e relaciona ideias e informações. Em textos assim, não
convém fazer com que a forma chame mais a atenção do que o conteúdo.
7) Não queira parecer “inteligente”, escolhendo palavras
ou conceitos que você que supõe brilhantes. A experiência mostra que esse
brilho é falso, só existe na cabeça do aluno. Além disso, práticas como essa
tendem a privilegiar determinadas passagens da redação e deixar de lado o
conjunto. O que torna eficiente um texto é a sua organização como um todo.
8) Evite lugares-comuns e frases feitas, pois
eles comprometem a informatividade e a originalidade textuais.
Evite também fundamentar seus juízos em apreciações de caráter emocional, que
concedem demasiada ênfase à subjetividade.
(Exemplos: “O governo precisa rever
seus conceitos sobre educação.”; “O
que mais me revolta é que há várias maneiras de se libertar espiritualmente
além do cigarro”).
9)
Fique atento à progressão das ideias, evitando que elas se repitam e
deem a impressão de que seu texto não anda; para evitar isso, é útil fazer um esquema
com a ordenação dos principais tópicos a serem desenvolvidos. A repetição de
palavras também deve ser evitada, pois indica pobreza vocabular.
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